Piranha seria menos perigosa do que se imagina, segundo cientistas

Folha online - 31 de agosto de 2007

A reputação da piranha como perigoso predador pode não ser totalmente justificada, de acordo com cientistas britânicos.

A piranha estudada é a encontrada na Amazônia e costuma ser retratada como um peixe carnívoro voraz que opera em grupo para atacar sua presa. A piranha do São Francisco pertence a uma espécie diferente, mas compartilha muitos comportamentos em comum.

Mas especialistas da Universidade de St Andrews dizem que as piranhas são peixes onívoros, que se alimentam de outros peixes, plantas e insetos.

Segundo os pesquisadores, os peixes formam grandes cardumes primordialmente para se defender de outros predadores, e não para caçar.

"Anteriormente acreditava-se que as piranhas formavam cardumes para permitir que formem um grupo de caça cooperativo", disse Anne Magurran.

"Mas nós descobrimos que isto é primordialmente um comportamento defensivo."

As piranhas podem ser atacadas por botos, jacarés e outros peixes grandes, e formar um cardume é a forma que têm de evitar serem comidos, afirmou Magurran.

Peixes em idade de reprodução ficam no centro do cardume para maior proteção e o tamanho do cardume depende do nível de risco.

"Em águas profundas os peixes nadam em cardumes pequenos pois há mais espaço para evitar predadores, e a ameaça é menos intensa", disse Magurran.

"Mas quando o nível da água baixa, isolando águas de enchentes em lagos menores e canais, os cardumes podem aumentar para mais de 50 peixes por causa da proximidade de predadores."

A equipe está apresentando sua pesquisa, juntamente com um tanque de piranhas vivas, na Exposição de Verão de Ciências da Royal Society, em Londres.

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