Plantas aquáticas em lagoas marginais do rio São Francisco

Extensas regiões do território brasileiro são áreas alagáveis onde ocorrem lagoas permanentes e temporárias, geralmente rasas, que proporcionam notável desenvolvimento de plantas aquáticas. Devido ao seu rápido crescimento, elas influenciam toda a teia trófica do ambiente, inclusive aumentando a abundância de peixes. As plantas aquáticas provêem ainda hábitat para vários outros animais invertebrados e vertebrados, servindo como refúgio, alimento e locais de acasalamento e desova. O conhecimento da biologia dessas plantas fornece subsídios para planos de manejo, recuperação e conservação de ambientes aquáticos.

Três lagoas marginais, Juazeiro, Cajueiro e Curral de Vara, localizadas nos municípios de Jaíba e Itacarambi (MG), no médio rio São Francisco, foram visitadas semestralmente nos anos de 1996 e 1997 para estudo da ecologia das plantas aquáticas quando foram determinados o número de espécies, o crescimento e a biomassa dessas plantas.

Dezesseis espécies de plantas aquáticas foram identificadas nas lagoas, sendo que o maior número delas foi encontrado no período de seca. Foi nesse período que se observou o menor crescimento das plantas flutuantes, como o aguapé (Eichhonnia crassipes) e das plantas emersas. Por outro lado, foi neste período em que ocorreu o maior crescimento das plantas submersas enraizadas, como o pinheirinho d'água (Najas conferta).

A lagoa Cajueiro apresentou a maior extensão de área coberta por plantas aquáticas. Toda a sua margem apresentou-se ocupada pelo aguapé e praticamente todo o seu fundo estava coberto por plantas submersas enraizadas. Mas foi na lagoa Juazeiro que se registraram as maiores taxas de crescimento das plantas. Das três lagoas estudadas, a Curral de Vara foi a que apresentou a menor área coberta por plantas aquáticas.

Para saber mais

  • Camargo, A. F. M. & Esteves, F. A., 1995. Biomass and productivity of aquatic macrophytes in Brazilian lacustrine ecosystems. In: J. G. Tundisi, G. E. M. Bicudo & T. Matsumura Tundisi. Limnology in Brazil. ABC/SBL, Rio de Janeiro, p. 137-149.
  • Greco, M. K. B., 1996. Levantamento e biomassa das macrófitas aquáticas das lagoas Juazeiro, Cajueiro, e Curral de Vara. In: Godinho, H.P. Inventário das lagoas marginais do Rio São Francisco, na região do projeto Jaíba. CODEVASF/UFMG, B.Horizonte/MG.
  • Junk, W. J., 1980. Áreas inundáveis - um desafio para a limnologia. Acta Amazonica, 10: 775-795.

 


Contribuição de Magda B.s Greco

Publicado em  30 de outubro de 2001

Atualizado em 28 de setembro de 2006

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