Peixes de importância para a pesca
Surubim
Y. Sato |
|
 |
|
Pseudoplatystoma corruscans
|
|
O surubim pertence
à família Pimelodidae e à ordem Siluriformes.
Peixes desta família têm hábito noturno, embora
possam ser também ativos durante o dia. O surubim tem o
corpo desprovido de escamas e coberto por pele grossa; possui
3 pares de barbilhões (bigodes) e primeiro raio das nadadeiras
dorsal e peitoral transformados num longo e afiado espinho. Sua
cabeça é achatada dorso-ventralmente, a boca é
grande e a mandíbula mais curta que a maxila. Tem o corpo
arredondado com as laterais apresentando manchas negras circulares
de tamanho variáveis e as nadadeiras dorsal e caudal com
manchas pequenas.O surubim é
piscívoro, isto é, alimenta-se principalmente de
outros peixes.
É a maior
espécie do São Francisco, sendo também encontrada
na bacia do Paraná-Paraguai. Ele pode alcançar 3,3
m de comprimento e acima de 100kg de peso corporal. As fêmeas
alcançam tamanhos bem maiores que os machos. Dentre os
surubins capturados na área de Pirapora, MG, 87% das fêmeas
mediram 98-161 cm (comprimento total) e 83% dos machos, 66-97
cm; machos maiores que 130 cm não foram capturados (Godinho
et al., 1997).
De acordo com Godinho et al.
(1997), a relação peso-comprimento, para machos
e fêmeas, é expressa por:
PC = 0,001734 x CT3,3 onde:
PC = peso corporal e
CT = comprimento total
Dourado
|
Y. Sato |
|
 |
|
Salminus brasiliensis |
O dourado recebe
este nome em razão de sua cor dourada. Ele é endêmico
do rio São Francisco, isto é, ocorre apenas nesta
bacia hidrográfica. O dourado da bacia do Paraná-Paraguai
é outra espécie (S. maxillosus). É considerado
como o peixe mais bonito dos rios brasileiros. Pertence à
família Characidae e à ordem Characiformes. Tem
o corpo coberto por escamas, exceto na cabeça e suas nadadeiras
são constituídas de raios moles. Os dourados possuem
numerosos dentes cônicos distribuídos em 2 séries
no pré-maxilar e 2 no dentário. O corpo é
comprimido lateralmente , as escamas são pequenas e em
número de 75 a 83 na linha lateral. Tal como o surubim,
o dourado é piscívoro - alimenta-se principalmente
de outros peixes.
Ele pode alcançar
1,4 m de comprimento total e pesar cerca de 30 kg. Na região
de Três Marias, recentemente, foi capturado um exemplar
que mediu 1,06 cm e pesou 17,1 kg. Ele é o segundo maior
peixe da bacia do São Francisco. As fêmeas são
maiores que os machos.
Piau-verdadeiro
Y. Sato |
|
 |
|
Leporinus obtusidens
|
|
Pertence à
família Anostomidae e à ordem Characiformes. Os
anostomídeos são peixes herbívoros, isto
é, alimentam-se preferencialmente de vegetais. O piau-verdadeiro
é o maior dos anostomídeos. Além da bacia
do São Francisco, ocorre também na bacia do Prata.
Tem boca pequena e dentes incisivos assimétricos (dentes
de coelho; lepus = coelho) em número de 3 no pré-maxilar
e 3 no dentário. O corpo é coberto de escamas e
com 3 pintas, as quais, no peixe adulto estão quase apagadas
ou ausentes. Existem de 40 a 42 escamas na linha lateral. O piau-verdadeiro
é principalmente herbívoro-insetívoro, podendo
alimentar-se também de pequenos crustáceos, moluscos,
algas filamentosas e plâncton.
Ele pode alcançar
até 7,5 kg de peso corporal. As fêmeas são
maiores que os machos.
Curimatás
|
Y. Sato |
|
 |
|
zulega - Prochilodus argenteus |
|
 |
|
curimatá-pioa - Prochilodus costatus |
Os curimatás
pertencem à família Prochilodontidae e à
ordem Characiformes e ambas (curimatá-pacu (ou Zulega) e curimatá-pioa)
são endêmicas ao São Francisco. Esta família
é constituída de peixes iliófagos, isto é,
que se alimentam da vasa do fundo dos rios e lagos. São
peixes de grande importância na pesca de rios brasileiros.
Na década de 1980, 20% de todo o pescado capturado no Brasil
eram de peixes desta família. Os curimatás têm
lábios grossos e bastante móveis, providos de dentículos
(quase imperceptíveis à vista desarmada) que servem
para raspar o leito do rio.
Parte de seu estômago
é modificada em forma de moela, considerada uma adaptação
ao tipo de alimentação.
Ambas espécies
possuem um espinho curto e grosso colocado em frente à
nadadeira dorsal.
Elas podem ser diferenciadas
pelo número de escamas situadas acima da linha lateral:
a curimatá-pacu tem 10,5-11,5 e a curimatá-pioa,
de 8 a 8,5.
Curimatá-pacu
é o maior proquilodontídeo, alcançando de
15 kg de peso corporal. O curimatá-pioa é bem menor,
não ultrapassando 6 kg.
A relação
peso-comprimento, para ambos os sexos de curimatá-pacu,
é expressa pela equação (Santos & Barbieri,
1991):
PC= 0,0158 x CP3,109 onde:
PC = peso corporal e
CP = comprimento padrão
Para saber mais
- Britski, H.A.; Sato, Y. & Rosa, A.B.S. Manual de identificação de peixes da região de Três Marias (3 ed.). Brasília: Câmara dos Deputados-CODEVASF, 1988. 115p.
Contribuição de Hugo
P. Godinho
Publicado em 30 de
outubro de
2001
Atualizado em 01 de fevereiro de 2007 |