Áreas prioritárias para conservação de peixes do São Francisco

Numa iniciativa da Fundação Biodiversitas e com financiamento do governo do estado de Minas Gerais, foram reunidos em Belo Horizonte, no mês de junho de 1998, 121 especialistas das diversas áreas do conhecimento para definição das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade do estado. Os resultados dessa reunião estão publicados no excelente ‘Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação’.

     Das 29 áreas selecionadas para a conservação de peixes no estado, 6 encontram-se na bacia do São Francisco (Fig. 1). São elas a Vereda São Marcos, o Alto Rio São Francisco (primeiros quilometros do rio imediatamente a jusante dos limites do Parque Nacional da Serra da Canastra), o Rio Paraopeba, os grandes tributários do Médio Rio São Francisco (que incluem os rios Carinhanha, Paracatu, Urucuia, Verde Grande, das Velhas e o próprio São Francisco no seu trecho entre a barragem de Três Marias e a foz do Paracatu), as várzeas do Médio Rio São Francisco (que compreende o rio e suas várzeas da confluência do rio Paracatu até a divisa com Bahia, juntamente com o rio Peruaçu e os ‘pantanais’ do rio Pandeiros) e o rio Cipó. As áreas selecionadas compreendem o corpo d’água, a faixa de preservação permanente conforme definida na Lei 7.511, de julho de 1986, e a planície de inundação, quando existente.

 

Fig. 1

Os motivos da seleção dessas áreas como prioritárias para conservação foram:
 

  • Vereda São Marcos: considerada ambiente único no estado por ser a única zona de contato conhecida entre as bacias dos rios Paraná e São Francisco;
  • várzeas do Médio Rio São Francisco: por ser ambiente único no estado, por ser a área com maior número de espécies de distribuição restrita (que no estado só ocorre em uma única bacia) e por apresentar uma espécie de peixe endêmica;
  • grandes tributários do Médio Rio São Francisco: por apresentar fenômeno biológico especial (desova de espécies de piracema) e alta riqueza de espécies de distribuição restrita, além de ser essencial à integridade das Várzeas do Médio Rio São Francisco;
  • rio Cipó: pela ocorrência da piaba (Characidium lagosantense), espécie oficialmente ameaçada de extinção no estado de Minas Gerais; e
  • rio Paraopeba e alto rio São Francisco: por sua alta riqueza de espécies.

 

Para saber mais

  • Costa, C.M.R. Herrmann, G., Martins, C.S., Lins, L. V. & Lamas, I.R. (orgs.) Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. Belo Horizonte, Fundação Biodiversitas, 1998. 94p.

Contribuição de Alexandre L. Godinho

Publicado em  28 de setembro de 2006

frontpage hit counter